terça-feira, 20 de julho de 2010

AFURADA - EM VILA NOVA DE GAIA, A VILA VIZINHA DE CANIDELO

AFURADA -

A bela vizinha de Canidelo



A paisagem que se desfruta sobre a Afurada e São Paio - à direita - , da outra banda; do Porto






É esta a paisagem nocturna que os Portuenses desfrutam. Afurada e Afurada de cima, uma só vila piscatória que, é Freguesia do Concelho de Vila Nova de Gaia















Ao fundo, pode ver-se o promontório do Cabedelo e parte do Cabedelo


Igreja da Afurada











*
Convite a me acompanharem à Afurada;

*

Amigas;
Anita, Sílvia, Lea e Beatriz,
Muito prazer em as levar à Afurada,
Beleza de Vila muito petiz,
Vizinha da minha terra amada.
/
E mais aos Amigos,
Zédohermes, Alcindo, Jaime e Nelson
Salomon, JaKarée, Conquilha e Evaristo
E, mais, a todos quantos me comentam,
Vos convido alegremente para isto:
/
Na linda vizinha da minha terra amada,
Logo ao lado de São Paio,
Aí serei vosso lacaio,
Na nossa mui Nobre e linda Afurada;
/
Muita, muita sardinha assada,
Dourada e pescada estufada,
Carapaus e chicharros grelhados,
Solha e bacalhau assados,
/
Enguias e peixe de caldeirada,
Lulas e polvo em espetada,
Grelhado em carvão – peixe-espada,
Sável de escabeche, uma mesada.
/
Ensopado de peixe, um panelão,
Mais uma sopa de peixe e atum,
Creme de marisco, pois então,
Vos deixará cá c´um barrigão.
/
Com um bom vinho por companhia,
Do verde branco, para grelhados,
Tinto verde, para os assados,
Maduro Alentejano e Real Companhia.
/
Velha do Douro, (ai Jesus… o que faz o vinho)
(velha do Douro não é companhia)
Ressalvando: Real Companhia Velha,
Do Douro; Porto, Vintage, o fino - vinho.
/
Terminará com muita alegria,
Onde haverá também muito abraço,
Muitos vivais, entre os convivas,
E, beijinhos, entre os meninos e as meninas.
*
João da mestra



Telhados da Afurada
Barra



Afurada e Porto Foz











Caíque de pesca costeira


Centro da Afurada de cima



Casa mortuária da Afurada



SÃO PEDRO.
O Santo Padroeiro da Afurada






Junta de Freguesia da Afurada





Azulejaria que, em nenhuma casa pode faltar. É tradição, em todos os lares, lá estar, à entrada, o respectivo painel de azulejos, com motivos piscatórios, ou, religiosos.



A reparação, manual, das redes de pesca; Trabalho dos pescadores em terra, enquanto se "descansa" do trabalho no mar. Lide muito minuciosa e demorada.













Aos Patrióticos pescadores


*** Heróis do Mar ***
*
I
*

Há! Portugal, onde te deixaram chegar,
Permitindo deixar acabar,
Com a tradição dos homens do mar,
Que passavam seus dias a navegar,
Sem nunca a casa chegar,
Sem nunca a faina terminar,
Sem nunca seus cestos deixar de carregar,
De peixe, pescado no rio e no mar,
Para ao Povo consolar.
/
Que, passavam seus dias a remar,
As noites, constantes a trabalhar,
P´ra de manhã no porto descarregar,
E os impostos ter de pagar,
P´ro governo de Salazar.
*
II
*

Há! Portugal, onde te deixaram chegar,
Estes políticos que só te souberam arrasar,
Que por inteiro deixaram chegar,
Esta ruinosa economia, a piorar
E eles que te só souberam minguar.
/
Ao povo deixam a fome, matar
Inocentes pescadores que deixaram de pescar,
Par´agora o peixe se importar,
Dos países da CE que, vem já a remelar,
Pelos prazos a ultrapassar.
/
Nas famílias a comida a minguar,
Sem terem onde trabalhar,
Sem terem onde ganhar,
O pão-nosso de cada dia, também a terminar.
Não sabem como se governar:
/
Não podem ir p´ro mar,
As cotas estão a esgotar,
Em terra não podem pescar,
Mas, em terra também não sabem ficar,
A vida deles é no mar.
*
III
*

Acordem governantes,
Isto é de lamentar,
Vocês estão a matar,
Todos estes HERÓIS DO MAR,
Este NOBRE POVO, vocês estão a sacrificar,
E a NAÇÃO VALENTE, a arrasar,
Que nos ensinaram ser IMORTAL, a despedaçar.
LEVANTAI – nos HOJE DE NOVO, p´ra melhorar
O EXPLENDOR desta Nação Secular;
DE PORTUGAL, que, neste estado não pode ficar.


João da mestra

Ponte da Arrábida, que, liga a Afurada ao Porto e, a todas as vias para o Norte de Portugal.








A roupa seca na rua, sempre, é tradição. E tradição muito bonita. Todos os dias a Afurada está em festa, embandeirada, pronta a festejar o regresso dos pescadores que chegam do mar. Há colorido na Afurada, pelas roupas, embandeirando as sacadas, as varandas, as ruas, os largos, tudo. É ver, em dias de melhor tempo, de sol, o quanto de bonito se torna esta típica tradição de pendurar a roupa ao ar livre, à vista, sem complexos.




Paisagem sobre Massarelos - Porto




É constante a subida e descida no rio Douro, pelos imensos barcos de turismo que, às centenas de carreiras, levam os turistas em cruzeiros de maior ou menor distância, que, poderá ser o cruzeiro das 3 pontes, a pouco mais que dois mil metros em cada sentido, nascente e poente, ou, o cruzeiro para um dia, até á cidade da Régua e, ainda para outro mais distante, - para Pinhão. Para oito dias são os cruzeiros até Barca D´Álva e depois para Zamora - Espanha.









A chegada à Afurada da lancha que faz a travessia da Afurada para Massarelos - Porto e vice versa.
É o ferry da população daquela vila piscatória.














O cais da lancha e a noite na Afurada.
A paisagem nocturna da Afurada sobre a marginal do lado do Porto





majosilveiro

quarta-feira, 14 de julho de 2010

CHOUSELAS; SENHOR DA PEDRA PEQUENINO - EM CANIDELO DE VILA NOVA DE GAIA



















CHOUSELAS - SENHOR DA PEDRA PEQUENINO

/

CANIDELO EM VILA NOVA DE GAIA


TRADIÇÃO NO DIA FESTIVO DO SENHOR DA PEDRA:


CAMINHADA AO SENHOR DA PEDRA
*

Ali logo ao lado do edifício da Junta de Freguesia de Canidelo, fica o largo das Chouselas ; Imenso descampado, em terra por piso, com vastos pinheiros a rodeá-lo.
Extensíssimo pinheiral, quando o conheci há mais de cinquenta anos, atravessava toda a superfície que ia desde este – Chouselas – até ao Meiral ou Paço, passando pelo lugar das Araújas, (Zé das Araújas) e por aquela que se denominava viela das Canastreiras.
Do lado Norte do largo das Chouselas existiam umas boas centenas de pinheiros e, de imediato se erguiam os altos muros da vedação da quinta do Vielas – uma das grandes quintas agrícolas da freguesia, pertencente ao respeitavel e saudoso Senhor Manoel Vielas, que conheci e com quem conversei apesar de ser ainda um menininho. Hoje, é uma imensa urbanização, com uma dezena de altos prédios de vários pisos.

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SENHOR DA PEDRA PEQUENINO
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É longa a tradição dos festejos ao Senhor da Pedra pequeno. Assim se denomina pelo facto de o arraial ser mais pequeno do que o do Senhor da Pedra em Miramar, ao qual chamam de Senhor da Pedra grande.
O Senhor da Pedra Pequeno é uma festa pagã ou arraial, que se realiza sempre naquele local das Chouselas desde tempos imemoriais, no mesmo dia do Senhor da Pedra grande.
É tradição ainda que, os romeiros que de Canidelo são naturais, no regresso do Senhor da Pedra grande, em Rusgas ou em grupos familiares, convirjam para o Senhor da Pedra pequeno. Assim aconteceu comigo, desde muito criança, em companhia de meus pais, a regressar para aquele arraial - pequeno, vindo da grande caminhada que já nos tinha levado o dia por inteiro, de ida e volta ao Senhor da Pedra grande. Vinha-mos com todo o cortejo de personagens que durante o dia tinha festejado, cantado tocado e bailado, terminar com os farnéis ao cair da tarde ou já mesmo pela entrada da noite. Era assim quase na generalidade das famílias e, a minha trazia estas tradições já há muitas dezenas de anos, (centenas?) que, os meus pais e avó me enraízaram, mas que, igualmente, a eles enraizaram também.
*
João da mestra
*
RUSGA AO SENHOR DA PEDRA

CANIDELO 1937 (?)
/
Ficou gravado na memória,
Grande rusga, com Glória,
Saiu para festa de rebenta,
Lá pelos anos quarenta.
/
O Mário, no Cavaquinho,
No Violão, o Victor manquinho,
Na Braguesa, o Francisco Ribeiro,
De Almeara partiram primeiro,
Com passagem p´lo Paniceiro.
/
Juntou-se o José Teixeira,
A tocar o seu Violão,
Ao passarem junto do Amor
E, todos juntos foram então,
P´ro Senhor da Pedra grande, ao Senhor,
P´ra junto daquela Ribeira.
/
Lá, no cimo do Penedo:
O Mário, o Victor, o Ribeiro e o Teixeira,
Acompanhados pelo fadista e tenor,
Alexandre Monteiro,
/
Cuja voz causava dor,
Na Alma e no Coração,
De toda a gaiata solteira,
Cantaram ao Senhor da Pedra,
Que, hoje a tocata, Sagrada, era.
/
Rivalizavam os Ranchos e as Tunas,
As Marchas e as Rusgas,
Os Marchantes Cantadores,
Acompanhados com seus tambores,
/
Violinistas e guitarristas, tocadores;
Dos Grupos dos Chalados,
Dos Primavera e Malaquecos,
A tocarem as suas Rebecas.
/
Voltaram pelo pequeno mas Grande,
Romaria do Senhor da Pedra,
Era a voz das Raízes de antanho,
Nas mentes daquelas gentes,
Que pelas Chouselas eram indulgentes.
/
João da mestra

*
Contributo para a história das Rusgas ao Senhor da Pedra, levadas a cabo por Canidelenses. Desta feita, a organizada pelo meu pai, Alexandre Monteiro, entre 1936 a 1942, que se repetiu por vários anos.
*
Homenageio de igual modo todas tantas quantas famílias de Canidelo, que, através dos tempos não deixaram morrer esta tradição ancestral de, no dia festivo ao Senhor da Pedra se dirigirem a pé para aqueles dois locais – Miramar e Chouselas – em rusgas familiares. Impossível se torna eu enumerar os apelidos ou alcunhas destas famílias, por meu desconhecimento de todas, devido a tantos anos já passados. Relembro aqui a minha família; “das mestras” do Meiral, Monteiro e Queirós Monteiro e todos quantos nos acompanharam pela amizade que nos dispensavam.
Homenageio todos aqueles Grupos, Rusgas e Clubes Recreativos antigos e as Associações da nova era, assim como a própria Junta de Freguesia de Canidelo pelas fantásticas organizações.
Uma homenagem muito especial para a Associação Recreativa de Canidelo, - clube dos chalados – que este ano de 2010 comemora o seu 75º aniversário. Foi aqui que a minha mãe, Inês da mestra, com apenas dezoito anos, foi a porta-bandeira numa rusga, decorria o ano de 1935, a fundação do Clube dos Chalados, nessa altura Grupo dos Chalados.

João da mestra
*
Ao Senhor da Pedra Pequeno
/
A cantar e a dançar,
Instrumentos a tocar,
Violão e violino,
Mais o banjo e o cavaquinho.
/
Cantadores à desgarrada, à vez,
Tocadores, todos de uma vez,
Romeiros sem parar,
A caminhar e a dançar.
/
Segurando na mão os ferrinhos,
Tocava feliz o rapaz,
Percorria todos os caminhos,
A marcar ritmo, era um Ás.
/
A marcar ritmo ao caminheiro,
Durante todo o caminho, inteiro,
O bombo a tocar pausadamente,
Para a rusga daquela gente.
/
Três pancadas mais quatro,
Em ritmo cadenciado,
Em pele de animal esticado,
Era o bombo violentado.
/
Batido com maçaneta,
Com toda a força faz: BUM, BUM, BUM,
Depois de compasso marcado, responde,
BUM, BUM, BUM, BUM.
/
Três pancadas mais quatro,
A ritmo marcado a compasso,
Para cá, alguns já vinham de quatro,
Pelo vinho e pelo bagaço,
/
Era o regresso p´ro pequenino,
Depois da festa no grande,
Era eu ainda um menino,
E durou até ser grande.
/
Ó meu rico Senhor da Pedra,
No próximo ano eu repito,
Vou ver a pegada do boi,
De regresso, no pequeno fico.
/
Ó meu rico Senhor da Pedra,
Eu também lá hei-de ir,
Mesmo até ser velhinho,
Nem que colo tenha que pedir.
/
Ó meu rico Senhor da Pedra,
Meu Senhor da Pedra pequenino,
Tu eras o mais pobrezinho,
Quando eu era um menino.
/
Não tinhas pegada do boi,
Nem capela sobre penedo,
Nem tinhas prateadas areias,
Mas muito agora me premeias.
/
Com muito boa recordação,
Hoje és o GRANDE no meu coração;
Ó meu PEQUENO rico Senhor da Pedra,
ÉS O GRANDE, DE TODA A ERA.
/
Em Canidelo de raiz,
Me recordo de petiz,
Das histórias que me contavam,
Meus Avós, décimos netos da Raiz.
/
É do cruzamento, das Raízes daqueles Pinheiros,
Mais das Raízes de Canidelo;
Das Raízes do Povo de antanho,
Com as Raízes daquele lugar, CHOUSELAS,
Que saiu a força e a vitalidade de CANIDELO.
/
João da mestra
/
TRADIÇÃO DAS FAMILIAS DE CANIDELO - GAIA -

CAMINHADA AO SENHOR DA PEDRA A MIRAMAR

Para ver fotos clique neste link

http://palavrasmil-majosilveiro.blogspot.com/2010/05/tradicao-das-familias-de-canidelo-gaia.html

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segunda-feira, 31 de Maio de 2010

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FUI AO SENHOR DA PEDRA, A PÉ
/
Fui ao Senhor da Pedra, a pé,
Confirmar se ainda é,
O que era antigamente.
/
Vi enormes grupos de gente,
A dançar e a bailar,
Mas sempre a caminhar,
Conforme era primitivamente.
/
Vi ranchos de folclore a dançar,
Homens com acordeão a tocar,
Mulheres de pandeireta na mão,
Onde logo se juntou o João,
Com sua voz a cantar.
/
Vi rusgas com arco embandeirado,
Raparigas com o riso rasgado,
Descalças e de chinelos na mão,
Onde se foi juntar o João,
Com elas juntamente a dançar:
/
Oh… acordei estremunhado…
…era eu a recordar.
/
Fui ao Senhor da Pedra a pé,
Para ver se ainda lá está,
A capelinha de pé.
Com tanta destruição,
Nunca se sabe o que farão,
Homens sem contemplação.
/
Fui ao Senhor da Pedra, a pé,
Minha mãe também lá foi,
Avó, bisavó e mais até,
Ver a pegada do boi.
/
Eles me acompanham actualmente,
Em espírito sempre presente.
/
Minha mãe foi porta-bandeira,
Há mais de setenta anos,
Num grupo de jovens raparigas, animados,
Que, ficou a ser, o Clube dos “Chalados.”
/
Fui ao Senhor da Pedra, a pé,
Também já lá ia o meu pai.
Comigo, agora o neto vai.
Espero um dia com bisneto ir,
/
Aí, irei a pé e a pedir,
Que me levem ao colo…,
mas que hei-de ir, hei-de ir.
/
É tradição antiga de todas as famílias:
Pais, mães, irmãos, avós, filhas,
E Consortes de boas sortes,
Ir-mos a pé ao Senhor da Pedra,
/
Ver a pegada do boi,
Para depois contar como foi,
Aos netos e bisnetos vindouros.
Assim fizeram nossos tesouros,
Bisavós, trisavós e tetravós.
/
E hoje, lá, rezamos por vós.
/
Hoje fomos vinte e três,
Que, abalamos outra vez,
Ao Senhor da Pedra, a pé.
Nossa rusga a maior é;
Move-nos grande amor, extra vulgar,
De união familiar.
/
A meio caminho é a merenda,
Bolinhos, rissóis, panados e croquetes,
Boroa, presunto, pescada frita em filetes,
Abancar é no pinhal que não paga renda.
/
Vamos lá a continuar,
São duas horas a caminhar,
Por entre matas e pinhais…,
/
Oh! …Era eu a recordar…,
Isso era antigamente,
Que no momento presente,
Pinhais…? Os há poucos ou jamais.
/
Fui apanhar camarinhas,
Às dunas, à beira-mar,
Comia-as, tão pequeninas,
Sabiam a água salgada,
Da água do mar as lavar.
/
Como agora recordo,
De quando éramos criancinhas.
/
Vamos por estrada marginal ao mar,
Não por sombra de pinheiro,
Mas debaixo de sol e de braseiro.
Vamos a pé e a caminhar,
E nós ali com tanto mar,
Não poderíamos ir a navegar?
/
Antigamente, ia meu pai montado em cavalo,
O cavalo é que ia a pé,
Todo repostado ia o cavaleiro,
A meter vista às moçoilas, prazenteiro.
/
Ou então iam de burro,
Em animal que não era burro,
Pois, quando na inteligência lhe dava,
Caminhar se recusava,
E ao dono até o mandava,
Montar p´ra outra manada.
/
Também iam em carros de bois,
Com suas carroças engalanadas,
Carregavam os mais idosos,
E toda aquela criançada.
/
Também os bois lá iam,
Ver a dos seus irmãos, a pegada.
/
Agora, outros de bicicleta vão,
A toda a força a pedalar,
Assim, mais depressa vão,
Nós, a pé, vamos mais devagar.
/
Todos nos vamos juntar,
Lá no terreiro, no areal,
De fronte p´ra capelinha,
Mas que grande arraial.
/
Lá no alto daquela pedra,
Lá está a capelinha,
Tão bonita tão pequenina.
Lá, encerrado está,
Nosso Senhor da Pedra.
/
Por trás, a pegada do boi,
Cuja lenda, há muitos séculos foi.
*
João da Mestra
*
14 comentários:
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Silvia Schumacher disse...
João, foi um trabalho e tanto!! Quantas recordações puxadas da mais rudimentar memória... da mais tenra idade... que lindo! Acredito que tenhas te emocionado muito... Que trabalho belíssimo fizeste! Repasse aos teus e que eles guardem com carinho!!Enfim, fiques com Deus e tenhas a semana iluminada com os teus ricos pensamentos e ideias.Abraços, Silvia
31 de Maio de 2010 18:32

majosilveiro disse...
Silvia Schumacher, que lindo comentário que você me deixou. Quantas palavras suas me tocaram sério. E vou seguir seu conselho; vou enviar, sem acanhamentos, para todos aqueles a quem, em parte, também lhes diz respeito, esta verdadeira saga - das rusgas, dos caminheiros de Canidelo, Gaia, ao Senhor da Pedra de Miramar.Muito obrigado pelo seu comentário e Abraço de Portugal.
1 de Junho de 2010 12:51

evaristo-léa disse...
todo o portugues deveria ver esta maravilha de trabalho,para ver como o seu pais tem sítios maravilhosos e de uma simplicidade;gostei muito da foto do mar beijando os pés da capela.;agora aquela comida estava demais de boa...só faltou o arroz doce;evaristo
1 de Junho de 2010 15:45

majosilveiro disse...
Oi Evaristo; que maravilha de comentário. Aquela capela fica mesmo isolada, quando a maré enche, ou se o mar está encapelado e o vento está forte. Quanto ao arroz doce, realmente…, nunca lembrou, mas, vou anotar a sugestão. No próximo ano pode vir a Portugal em Maio (?); vai ao Senhor da Pedra, a pé e, terá arroz doce e todo o restante merendeiro. Está convidado.Abraço de Portugal para o Português no Brasil
1 de Junho de 2010 17:16

filipa disse...
olá Senhor joão, gostei de ver todas estas fotos, e as suas palavras também. até hoje já fui várias vezes ao senhor da pedra mas á romaria e á festa só fui uma vez, da qual tenho boa lembranças e ao ver tudo isto me fez recorda-las. saudações pra si e sua familia ;)
2 de Junho de 2010 03:22

Augustus disse...
Olá Joao, Bela apresentação dessa antiga tradição familiar : )Como sabes, também cheguei a fazer esse percurso algumas vezes, duas ou três que me lembre... tempos idos mas documentados também com algumas fotos que devem estar em casas dos meus pais. Grande abraço e continuação de mais apresentações!!!... Abraço do teu primo João Queirós Magalhães!
2 de Junho de 2010 08:44

jose disse...
Olá João,adorei a forma como descreves a rusgaque a vossa família efectuou ao Senhor da Pedra.Mesmo para quem não conheça a tradição da festa,ficará concerteza encantado/a pela forma que lhe dás em poesia,é genial!!!O registo fotográfico é óptimo.Na segunda vez que li o poema,pensei...se eu fosse realizador fazia um filme apenas com este texto.gostei mesmo,obrigado por nos propiciares este trabalho, que nos desperta lembranças e bons sentimentos.ZédoHermes
2 de Junho de 2010 17:43

majosilveiro disse...
Olá Filipa, Fico Feliz que tenha vindo visita-me à romaria do Senhor da Pedra. Mas, gostava mesmo que fosse na realidade ter comigo no próximo ano, lá a Miramar. Como ainda falta um ano, que diz encontrarmo-nos na festa do padroeiro da sua aldeia????? Abraço
4 de Junho de 2010 16:33

majosilveiro disse...
Viva João Queirós,Daqui outro João Queirós,Ambos com os mesmos avós,Eu com um João Queirós avô,Tu com um João Queirós bisavô.Força João, manda cá para fora as tuas histórias. É necessário retratar as histórias do Povos.Quanto às minhas apresentações, vão sair aqui, sobre o mesmo tema. Está atento.Abraço de João
4 de Junho de 2010 16:44

majosilveiro disse...
ZédoHermes: Não penses assim; -Se eu fosse.....Prefere pensar; Sou realizador e vou fazer um filme só com este tema e este texto. É fácil,é só imaginar e sonhar. Esta vida também se faz de sonhos. Ficarás realizado. AbraçoP.S. ...( não é o partido) Quando for a estreia não te esqueças de me enviares os convites, mas,... para a ante-estreia. Abraço, João
4 de Junho de 2010 16:52

filipa disse...
ola, até que não era uma má ideia, mas eu não vou la estar, infelizmente, já faz quatro anos que não dá para participar na festa, mas posso dizer-lhe que é o santo antonio, dia 13 desde mês, tem uma missa com procissão, á moda antiga, é muito giro. se poder ir, acho que vai gostar.
5 de Junho de 2010 11:49

majosilveiro disse...
*Fui ao Senhor da Pedra a pé,Para ver se ainda lá está,A capelinha de pé.Com tanta destruição,Nunca se sabe o que farão,Homens sem religião.*“O Poeta” – qualquer poeta – por vezes falha também. Errar é humano. E o errar é bom, quando se reconhece e, quando não traz prejuízos de maior, é evidente. Errar, permite, ou estimula, que, na próxima vez o poeta esteja mais atento. E, o mais importante, estimula o raciocínio. Porque um homem não tenha religião, não significa que seja um destruidor.Destruidor, é mais, aquele que não tem contemplação. Que não tem contemplação com as coisas, com nada. Ou também, poder-se-á não ter contemplação – não contemplar esta ou aquela coisa - e também não ser um destruidor. (?) Abraço aos leitores com agradecimento pelos reparosJoão
9 de Junho de 2010 23:57

Alcindo disse...
Já conheço oSR da pedra á muitos anos, trabalhei dez anos em miramar. São coisas que conto aos meus filhos etambem já lá foram, conheçi o arraial ainda era terra batida, hoje está tudo muito mais bonito.
13 de Junho de 2010 15:06

majosilveiro disse...
Então, Alcindo, pelo que relata, aquilo que lhe falta e aos filhos e à família, é mesmo ir ao Senhor da Pedra mas A PÉ. Inicie já seus contactos com todos os familiares e faça disso um compromisso; Ir ao Senhor da Pedra a pé. Obrigado pelo excelente ralato das suas tradições familiares. Abraço
15 de Junho de 2010 12:37

majosilveiro

domingo, 11 de julho de 2010

JUNTA DE FREGUESIA DE CANIDELO - VILA NOVA DE GAIA - PORTUGAL



CANIDELO É EM

*

PORTUGAL

Distrito do PORTO

Concelho de VILA NOVA DE GAIA









FREGUESIA DE CANIDELO














Edifício da Junta de Freguesia de Canidelo




1955 - Ano da inauguração do edifício




Recordo-me de, muito menino, ver a festa daquilo que penso ter sido a inauguração da Junta de Freguesia de Canidelo, no ano de 1955, tinha então quatro anos.
Residia na ocasião no lugar de Almeara, que, ainda não apresentei neste blogue.
Rememoro de acompanhar o meu pai àquele edifício, era um domingo, assim me parece. Uma multidão no exterior, defronte à fachada principal. Na rua, os homens conversavam, de pé, deambulando por ali, calmos. Parecia-me uma festa, embora não havendo algazarra, nem conversas em tons muito elevados, nem risadas ou festejos. Não recordo de presenciar senhoras, nem como companhia dos homens. A estar enganado que terá sido a inauguração desta Junta este acontecimento, então, outro possível, mais próximo, após uns anos, terá sido no dia das eleições para a Presidência da República, em 1958, aquilo a que assisti, em que concorreu o General Humberto Delgado. Aqui, a minha idade rondava os sete anos.








A Paisagem que da Junta de Freguesia se alcança
















Nesta época do ano, o Verão, lanço uma ideia a esta Digníssima Junta de Freguesia, para bem do Digníssimo Povo:


*

Digníssima Junta de Freguesia

Nossa Junta de Freguesia,
Dai-nos melhor companhia,
Para as noites de Verão:

Dai-nos alguma diversão,
Poderá ser festivais da canção,
Também música para dançar,
Nas marginais à beira-mar.

Dai-nos divertimento,
Levantai-nos o alento,
Para os jovens terem assento,
Ocuparem os tempos livres,
Não praticarem actos terríveis.

Dai-nos concursos para escolher,
O melhor vestido de chita,
Outro p´r a moça mais bonita;
Tudo será para entreter
E animar o Povo que labuta.

Dai-nos grupos musicais,
À noite, diariamente,
Organizem quermesses,
Como havia antigamente.

Saibam cativar os jovens,
Agradecem-lhes, os futuros Homens,
Saibam cativar as Gentes,
Agradecem-lhes, de Canidelo, as mentes,
Saibam cativar o turismo;
Agradece-lhes, o nosso Urbanismo.

Nossa Junta de Freguesia,
Dai-nos melhor companhia;
Nas noites de Verão, na marginal;
Assim, engrandecerá Portugal,
O Povo, muito agradecerá,
O turismo, deveras conquistará.

Para as noites de Verão,
Dai-nos melhor diversão;
Na praia de Lavadores,
Que dancem até ter suores.

Na Praia de Salgueiros,
Damas com cavalheiros.
Na Praia de Canide,
Haja tanta alegria, que ninguém mais duvide.

No campo do Cabedelo,
Junto à Reserva, junto ao rio,
Campeonatos de futebol o dia inteiro,
Que nenhum jovem tenha frio.

No Campo do Sport Club Canidelo,
Muitas actividades desportivas,
Todas as que tornem a/o jovem belo,
Futebol, ginástica e corridas.

Nas Escolas Inês de Castro,
Solicitem o Pavilhão,
Para Basquete, Andebol, actividades,
Campeonatos entre o Meiral e o Picão.

No Clube dos “Chalados,”
Onde todos têm muito juízo,
Ficava bem campeonatos de Karaté,
Entre o Paço, Chãos Vermelhos e o Viso,
Descalços, de Kimono, ao pontapé.

No Clube do “Amor”,
O nome já lá diz tudo,
Que lá o pratiquem muito,
Com decência e Hombridade,
Amor e amizade.

Jovens dos nove aos noventa,
Enfim, de toda a idade,
Em belíssimos chás dançantes,
Hilariantes, arrepiantes,
A recordarem com saudade,
Os belos tempos d´outrora,
Que cada qual viveu a toda a hora.

Que o valor desta Junta,
Fique em boa memória,
No Povo de Canidelo,
Na criança, no jovem e no “Velho”
E de todo o estrangeiro.

João da Mestra






majosilveiro