terça-feira, 29 de junho de 2010

CASA SANTA ISABEL - SÃO PAIO, CANIDELO - GAIA

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O Palácio de São Paio
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Sempre virado ao majestoso Douro

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Sempre virado ao majestoso Douro,
Imponente, altivo, ilustre é o tesouro,
Que ali repousa, que ali jaz, que ali está,
Naquele lugar de São Paio, consiste:
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Majestoso palácio, grandioso Monumento,
Que, outro igual em lugar algum há,
Que, em mais sítio algum existe,
Construção daquele beleza,
Hoje, nem realeza.
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Este grandioso Monumento,
Muito parece um convento,
E muita razão tem o Povo,
Que lhe chame Convento das Freirinhas,
Destas grandiosas terras minhas.
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Palácio com Glória,
É imensa a sua história,
Que no segredo dos deuses está.
Em quatrocentos anos de vida,
Muita narrativa haverá.
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Foi Palácio de descanso de Cónegos,
Pertenceu ao Convento da Serra do Pilar,
E à vez, ao Cabido do Porto e Convento de Grijó.
Agora, acolhe criança, que, só,
Não tem mais onde estar por não ter lar;
Deus, ali lhes dá conforto e bem-estar.
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Assim é há muitos anos, ali crianças morava,
Cinquenta e cinco me recordo eu,
Quando ainda criança, meu pai me mostrava,
Crianças que, conforme ele, seu pai de criança perdeu.
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Homenagem a meu pai, que, quando criança, desde os 5 aos cerca de 15, me levava àquela casa de amparo de crianças, CASA DE SANTA ISABEL, aos domingos de manhã e me transmitia o sentir das crianças que, sem pais, conforme ele que perdeu o seu pai aos nove anos, ali viviam amparadas pelas Irmãs Oblatas do Coração de Jesus.
O palácio, assim como a capela que lhe está adjacente, Capela de São Paio, são de pertença privada daquelas Irmãs desde 1936, consta.

João da Mestra

























majosilveiro

domingo, 27 de junho de 2010

CAPELA DE SÃO PAIO EM CANIDELO DE VILA NOVA DE GAIA

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CAPELA DE SÃO PAIO

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Por antiga grafia como Sam Payo, é antiquíssima, confia-se de 1568.





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Recebeu transformação no séc XVIII e, foi restaurada nos anos 80, após anos de abandono. Fica situada no extremo Norte da Freguesia, ao fundo da antiquíssima rua que liga Almeara à Afurada, sendo precisamente a última construção do lado esquerdo daquela, defronte do portão das traseiras da Casa de Santa Isabel. Logo por vizinho tem o magnificente rio Douro. Recebeu beneficiação, a sua rua principal e, as ruas que a circundam são de lance recente. Todo o espaço que a rodeia foi literalmente modificado e é de traços modernos.
Nela se celebra missa semanal e, são inúmeros os fiéis que ali se deslocam, quer idos daquele lugar de São Paio, como de outros lugares da freguesia de Canidelo, como Almeara e Lavadores e, da vizinha freguesia da Afurada.
O local é paradisíaco, fresco e, com uma vista em redor fantástica, quer para o verde da floresta nas traseiras para sul, quer para a magnífica baía de São Paio, onde, repousam embarcações à espera de, com a protecção de *Sam Payo, partirem para a faina.

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João da Mestra












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Sam Payo
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Sam Payo, tanto, foste flagelado,
Tuas mãos e pés te terão decepado,
De teus pés e mãos foste separado,
E, depois do martírio, decapitado.

Foste O escolhido para O adorar,
Ou quiseste Tu a Deus seguir?
Sua Doutrina fizeste Evoluir,
Árabes e Moiros, Evangelizar.

Eras menino pequenino,
Um autentico Anjinho,
Por Muçulmanos atirado a um rio,
Recordar dá calafrio.

Hoje és adorado e festejado,
Em São Paio, Teu lugar,
O Povo quer comemorar
E, seu Padroeiro Glorificar.

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26 de Junho, Dia do martírio e da morte de Sam Payo
causada por Muçulmanos que pretendia Evangelizar.

João da Mestra














majosilveiro

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Canidelo - de S. Paio ao Cabedelo



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Não muito tempo, o Cabedelo era assim:


Pintura a óleo no antigo bar do Traquina


Antigo bar do Traquina -(demolido) - já dá saudade

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Aqui, está como era o Cabedelo dos anos oitenta a dois mil: Estreitas ruas, pinheirais, - autentica aldeia; mas, não foi desta forma que aqui está, que o conheci naqueles anos cinquenta. Dessa altura, tenho em mente imagens a negro e branco do pior tipo de papel e de revelação; não havia luz electrificada, nem água canalizada, nem estrada a não ser uma estreita viela em terra batida e, as casas de habitação, de saibro e areia, eram pobres, muito pobres; misérrimas. Eram os anos do luto permanente nas mulheres e nos homens vestidos de preto, porque, nem outra roupa havia, nem alegria para a vestir, se houvesse roupas de cor. Acabados de sair de uma tremenda guerra, para onde não partimos, mas, que, as mesmas necessidades passamos, ainda reinava a fome, a falta de tudo até do que era primário. E assim se manteve até aos anos setenta; a ver partir os nossos pais e irmãos para o Brasil desde os anos quarenta e, antes. Depois, para a França, Alemanha, América, Venezuela, Canadá, enfim, para todos os países do mundo, que, irmãos Portugueses estão espalhados pelos quatro cantos deste Universo. A partir dos anos sessenta, as guerras do Ultramar Português leva-nos o que havia de melhor da nossa juventude, para todas aquelas ex- províncias. Os restantes, aqueles que cá ficaram, ficamos orgulhosamente sós e, mais a miséria.





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Agora, as cores são outras, há alegria, não há fome como havia, reina a paz na Europa, todos vestem de cor; há roupas e novas cores vivas e, até o papel fotográfico deixou de existir, passou a ser o belíssimo digital com nova imagem e nova vida, mais calorosa.
Duas simbologias absolutamente antagónicas as apresentadas como a forma de viver dos anos cinquenta e a dos anos dois mil e dez: A realidade.
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Ao fundo, a vizinha Afurada.
De S. Paio ao Cabedelo











No litoral, na marginal do rio, o progresso instalou-se definitivamente. Rasgaram-se novas e bonitas estradas, passerelles pedonais, pistas de velocípedes e de skates, estacionamento e parques automóvel. Presentemente, constrói-se a vedação daquela que é a primeira reserva natural de aves, organizada, de Canidelo, pelo que, voltarei novamente um dia destes a aflorar esta importante iniciativa da Câmara Municipal de Gaia, da Junta de Freguesia de Canidelo e do programa POLIS. A população de Canidelo, do Concelho, do País e do Mundo, devem-se regozijar pelas importantes actividades que aqui acontecem, independentemente de quem as leva a cabo.







majosilveiro

domingo, 20 de junho de 2010

Cabedelo, a primeira praia de Vila Nova de Gaia; Pedras Altas, Pedra do escorrega

Uma praia virada para a cidade,
com o rio de entremeio


Praia do Cabedelo em Canidelo - Vila Nova de Gaia








Conjunto das Pedras Altas; Pedra da Pala, Pedra do escorrega
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Aquilo que poderá ter sido um santuário rupestre, um monumento megalítico ou um qualquer recinto sagrado, não passa actualmente de um montão de penedos, que, mais ou menos cobertos pelas areias em constante movimento provocado pela ondulação do mar, está sem qualquer protecção, à mercê de quaisquer actos de vandalismo. Difícil é, também, acautelarem-se prejuízos para tal monumento (!), uma vez tão próximo da linha de água está e, até em ocasiões de marés vivas, pela investida que lhes causam.
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Já eu por uma destas pedras escorreguei, há cerca de cinquenta e cinco anos, não fazendo a mínima ideia de que estava a sentar os fundilhos numa pedra porventura milagrosa – sagrada. Sei sim, que, um milagre ocorria sempre; ficava com os fundilhos das calças rompidos e as peles nadegueiras deveras escaldada, primeiro pelo escorrega, que, não teve a fiscalização do ASAE e, depois, ao chegar junto dos progenitores.
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Aqui, passeou a Moira mais bela do povoado Sarraceno, que, habitava estas terras anteriormente à Nacionalidade. Encantada pela beleza do Cabedelo e pelas florestas de Canidelo, nestas areias se embrenhou:

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Moira bela, encantada
/
Moira das Pedras Altas,
Beleza tanta tu exaltas.
O que fizeste por estas terras?
Ainda os homens desesperas.
/
Vieste da Mouraria,
Apanhar sol todo o dia,
Para este Cabedelo,
Há milénios, p´ra Canidelo.
/
Moira bela, encantada,
Aqui ficaste junto às pedras,
A divertir a criançada,
Que hoje se lembram como eras.
/
Naquele tempo de outrora,
Em que a única diversão,
Eras tu, escorregão,
Do Jaquim, do Manel e do João.
/
Moira, de longos cabelos oiro,
Teu coração é um tesoiro,
Que encerra a recordação,
Daquele viver de então.

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João da Mestra











majosilveiro