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O Viso, será, possivelmente, a zona mais antiga da freguesia de Canidelo.
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Ruas antigas agora empedradas, mas, em séculos anteriores em terra batida e cobertas de mato - conforme o eram nas aldeias onde se praticava a lavoura, no Norte de Portugal - seriam as ruas da aldeia de Canidelo nos séculos de antanho.
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Em Canidelo a agricultura era vulgarizada, sendo a principal actividade económica até muito recentemente. Ainda conheci imensas quintas e lavradores onde se praticou agricultura, até há cerca de trinta e poucos mais anos. Entre eles, algumas das que me recordo, que vi e que permaneci vendo, ainda em plena laboração: Senhores Queirós, Coimbra, Ricos olhos, Quinta das Eras, todos de alumiara. Quinta dos Limas e dos Brandões em Lavadores. Quinta do Paço e quinta do Fojo, naqueles respectivos lugares. Na quinta do Moínho. Lógico que, para além destas quintas, existiam muitos pequenos ou médios agricultores, nos seus lugares com suas terras próprias, como os Bessas, os Araújas, os Feijoeiras, os Bragas, as Bendeiras, nos terrenos da casa do Padre, nos Vendas, nos do Cravo e, tantas são, que, a memória pela certa mais recordará, mas, será fora de tempo. Estão descritas memórias, sobre este facto, desde há cerca de dois anos, no guião, que, pretendo venha a ser livro.
Este local de Canidelo - Viso -, pela certa não fugirá á regra daquilo que foi a economia de Canidelo até ao século anterior.
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Meia volta… pelas pedras do Viso
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Pelas pedras da calçada,
Fui procurar minha amada,
Fartei-me de caminhar,
Sem nunca a encontrar.
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Diz-me meu amor, onde estás?
Não jogues à cabra cega.
Já pisei tanta irregular pedra,
E não vejo a que me eleva.
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Gostaria de te ver,
Antes de partir, de morrer,
Lá no céu, será complicado,
De veres tu o teu amado.
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Dei meia volta, mais meia volta,
Naquelas ruas estreitas,
De Canidelo, do Viso,
Mas.., será que não tenho juízo?
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Partiu para bem longe,
Fugiu a sete léguas,
Este amado era bem louco,
Louco será muito pouco.
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E assim terminou o amor,
Da fada morena Árabe,
Com o fidalgo da Mouraria,
Que morreu em cobardia.
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João da mestra
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ESCOLA PRIMÁRIA DO VISO
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A Escola Primária do Viso, escola tipo da época do Estado Novo e da Repartição dos Edifícios Escolares do Norte, desconheço o seu autor da arquitetura e será de mil Novecentos e Sessenta a sua construção.
ESCOLA PRIMÁRIA DO VISO
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A Escola Primária do Viso, escola tipo da época do Estado Novo e da Repartição dos Edifícios Escolares do Norte, desconheço o seu autor da arquitetura e será de mil Novecentos e Sessenta a sua construção.
Esta é a escola primária dos mais novos á minha geração.
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Escola primária, a primeira,
Para muitos, também, derradeira,
Escola primeira e primária,
Naqueles tempos, única, válida.
Escola primária, a primeira,
Para muitos, também, derradeira,
Escola primeira e primária,
Naqueles tempos, única, válida.
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Escola primária do Viso;
Meninas e meninos com juízo,
Ali estudaram e brincaram,
Logo de seguida trabalharam.
Escola primária do Viso;
Meninas e meninos com juízo,
Ali estudaram e brincaram,
Logo de seguida trabalharam.
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Alguns por Canidelo ficaram,
Outros par´a cidade evoluíram,
Mas, muitos se desgastaram,
No estrangeiro, p´ra onde partiram.
Alguns por Canidelo ficaram,
Outros par´a cidade evoluíram,
Mas, muitos se desgastaram,
No estrangeiro, p´ra onde partiram.
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Mas, quando à terra voltaram,
Com a saudade, carregados,
Visitar a escola do Viso foram,
E se sentiram amparados.
Mas, quando à terra voltaram,
Com a saudade, carregados,
Visitar a escola do Viso foram,
E se sentiram amparados.
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Logo partiram, nova jornada,
Família ficou, desamparada,
Distância vencida, labuta inicia,
Renovada saudade principia.
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Meninas e meninos de Canidelo,
Que na escola do Viso cursaram,
Não mais esqueceram o esplendor,
Das lições que receberam com amor.
Logo partiram, nova jornada,
Família ficou, desamparada,
Distância vencida, labuta inicia,
Renovada saudade principia.
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Meninas e meninos de Canidelo,
Que na escola do Viso cursaram,
Não mais esqueceram o esplendor,
Das lições que receberam com amor.
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E, hoje, respeitam aquele lugar,
Lá se dirigindo como a um altar,
Como crianças que ainda são;
Com a esperança no coração,
De lá verem seus netos cursar,
Com igual veneração.
E, hoje, respeitam aquele lugar,
Lá se dirigindo como a um altar,
Como crianças que ainda são;
Com a esperança no coração,
De lá verem seus netos cursar,
Com igual veneração.
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João da mestra
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João da mestra
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